Teoria do Poker: February 2022 Archives

O Rio Grande do Sul, além de toda a cultura regional, o belíssimo churrasco e a hospitalidade de primeira ainda é conhecido como um dos maiores celeiros de talentos do poker brasileiro.

Não é à toa que a Federação Gaúcha de Texas Hold´em experimenta uma crescimento incrível, que seu circuito estadual o Campeonato Gaúcho de Texas Hold´em é um sucesso e um modelo a ser seguido por muitos estados do Brasil e, é claro, um de nossos dois jogadores Supernova Elite, Diego Brunelli, o vgreen22 (também membro do Team Pro Online do PokerStars) é gaúcho.

E o Rio Grande é próximo destino do Superpoker Training, curso que será ministrado por Leo Bello e Leandro Brasa, deixando claro, mais uma vez, que é possível evoluir no poker, justamente pelo fato do jogo depender muito mais da habilidade do que da sorte.

Ações como essas fazem do poker nacional um exemplo já que a busca pelo progresso nas mesas é o que constrói campeões e faz do poker uma atividade cada vez mais apaixonante e desafiadora.

Hoje temos a grata surpresa da participação de Guilherme Kalil por aqui. O ex-integrante do 4 bet Team, apresentador do Pokercast (antigamente na CardplayerBrasil) e atual representante da revista Bluff Brasil dividirá um pouco da sua vasta experiência no poker com todos nós. Boa leitura e, novamente, obrigado Kalil!

Meus amigos do BrazilPokerPro, acabei de ler o texto "Reconheça sua vitória"!

Em um esporte onde existe a influência da sorte é muito importante saber que colocações como a do João Bauer no LAPT são dignas de muita comemoração, ainda que elas venham sempre com um gosto amargo de que era possível atingir o topo do pódio.

Há pouco tempo descrevemos o "vício da vitória" como um comportamento obsessivo que deve ser evitado a todo custo e que, por mais estranho que possa parecer, é muito diferente da legítima e desejável vontade de vencer.

Não vamos retomar aquela discussão agora, ainda que muito mais possa ser dito a seu respeito.

O que move este artigo foi um post publicado por Luigi Almeida (sigam o cara no twitter) em seu blog

Para quem não tiver paciência de ler o artigo dele (mais que recomendado), é possível resumí-lo com a seguinte frase, dita muita vezes pelo saudoso campeão brasileiro Ayrton Senna:

"Ser o segundo é ser o primeiro dos perdedores."

O começo no poker, invariavelmente, se dá pelo conhecimento das regras mais básicas e do ranking de mãos. Ninguém inicia a jornada conhecendo detalhes procedimentais que muitas vezes podem gerar dúvidas até para alguns diretores de torneios e nem mesmo as estratégias e abordagens mais complexas que, pelo seu grau de dificuldade, confundem muitos profissionais renomados.

Dito isso, o que pretendemos demonstrar é que existe outro jogo (o verdadeiro jogo) além daquele em que a melhor mão vence a pior e as cartas ditam o ritmo das apostas e são as responsáveis pelos resultados.

E por essa razão que o poker é uma atividade que pode (e deve) demandar uma vida inteira de estudo e muita dedicação!

O aforismo grego famoso (γνῶθι σεαυτόν) que em latim é nosce te ipsum (temet nosce), segundo a tradição estaria escrito nos pórticos do Oráculo de Delfos.

O filósofo grego Sócrates com seu método denominado maiêutica convidava seus discípulos a abandonarem suas convicções prévias a respeito de determinado assunto e buscar uma nova definição para eles. Por isso a maiêutica significa algo como "dar a luz", ou seja, gerar uma nova forma de definir determinado conceito.

No fim das contas a fiolosofia socrática buscava no humano o elemento faltante para decifrar os maiores enigmas e responder as mais complexas questões.

Mas o que vamos tratar não é o querer mas a obsessão por determinado resultado, algo muito diferente da ambição pelo sucesso ou do desejo de conquistas.

E a confusão se justifica porque, na maioria das vezes, a palavra vício vem acompanhada de outra com uma carga negativa ou que, mesmo sem ter carga negativa por si só, ao se tornar um vício adquire naturalmente esse caráter.

De todo modo, a vitória dificilmente é tida como um problema ou a representação de um mal do qual temos que nos afastar. Quando falamos em poker, então esta conotação positiva fica ainda mais evidente porque, desde os maiores profissionais até os mais bizarros fishes, todos desejam vencer, muito embora poucos consigam de forma consistente e convincente.

Uma das maiores provas de que o poker é de fato um jogo de habilidade, um esporte da mente, ou que se encaixa em qualquer outra qualificação que o distingua dos chamados jogos de azar, é o vasto material teórico que existe a esse respeito.

São milhares de publicações, inúmeros sites de treinamento, programas de coach e tantas outras ferramentas disponíveis para auxiliar todos aqueles que desejarem evoluir tecnicamente e, como consequência, alcançarem resultados positivos.

Esta é sem dúvida a maior diferença entre o poker e os jogos cujo resultado depende principal ou exclusivamente da sorte, ou seja, no esporte da mente, cujo resultado esperado está diretamente ligado à habilidade do jogador, é possível evoluir, melhorar e com isso aumentar sua expectativa de sucesso, enquanto nos chamados "games of chance" isso não ocorre.