Com o novo bloqueio de outros 10 sites de poker em Maryland, conforme noticiamos aqui, houve a apreensão de $ 33 milhões de dólares e ao menos um beneficiário de parte deste valor já é conhecido.
Trata-se do Departamento de Polícia do condado de Anne Arundel que recebeu US$ 470.407,62 que, segundo informações oficiais, serão investidos em armas e outros equipamentos (como novas viaturas), destinados ao combate ao crime.
Este procedimento é comum em muitos países quando há decisão condenatória e irrecorrível e os valores e bens obtidos pela prática ilícita são perdidos em favor do Estado.
Neste caso, a distribuição de parte do valor apreendido se deu após o indiciamento das empresas ThrillX Systems Ltd., que atuava com o nome de BetEd.com, K23 Group Financial Services, que operava como BMX Entertainment além de Darren Wright, David Parchomchuk e Ann Marie Puig.
Ao todo, foram 11 contas bancárias bloqueadas, com seus valores apreendidos, e 10 domínios na internet utilizados pelas empresas investigadas foram tirados do ar.
As perguntas que ficam são óbvias.
1) E o restante do dinheiro, algo em torno de US$ 29,5 milhões, para onde irão?
2) E os jogadores que têm créditos a receber, como ficam?
A situação dessas empresas é bem diferente daquela observada na operação que ficou conhecida como "black friday" já que, no caso que envolveu Poker Stars, Full Tilt e Ultimate Bet, as duas primeiras empresas fizeram um acordo com as autoridades, já num primeiro momento, de forma a garantir os pagamentos aos seus clientes, independentemente da decisão final sobre o caso.
E realmente tal compromisso firmado entre os líderes do mercado e o governo parece ter dado algum resultado.
No caso do PokerStars.com não foi verificado qualquer problema relacionado aos saques de jogadores residentes fora dos EUA e, ao que parece, os americanos também serão pagos.
Já o Full Tilt Poker, apesar de alguns problemas e atrasos justificáveis (até por conta das circunstâncias que levaram muitos jogadores a solicitarem saques ao mesmo tempo), as coisas parecem se acertar e já há notícias de diversos saques realizados com sucesso o que tranquiliza bastante seus jogadores e clientes.
A rede Cereus, que abriga o Absolute Poker, um pouco depois, também anunciou acordo com o Departamento de Justiça e sinaliza para a solução favorável aos seus jogadores ainda que até o momento não se tenha notícias a respeito de desdobramentos positivos.
Apesar da preocupação motivada dos clientes e jogadores profissionais, ao que tudo indica, os problemas serão resolvidos e o poker online será efetivamente regulamentado e novos sustos não devem ocorrer no futuro. Está claro que para o governo americano (ou de qualquer outro país), mais vale dividir o rake por muito tempo do que realizar apreensões milionárias uma única vez, repartir o bolo e fechar as empresas que poderiam ser fontes de receita estatal eternamente (considerando os impostos cobrados).
Mas tais previsões demandam solução rápida na esfera legislativa, sob pena de novas ações serem tomadas contra outras empresas que ainda operam no segmento e transformar a "caça às bruxas" do online numa "corrida do ouro" na qual os maiores interessados e favorecidos serão os agentes públicos, o que, em qualquer lugar do mundo, é algo extremamente perigoso.
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