Quando se fala em Copa do Mundo, a primeira referência esportiva que nos vem à mente é o futebol. E aqui no Brasil, com a proximidade deste evento, que será sediado pela segunda vez em nosso país, o apelo é ainda maior.
Os números deste esporte, tão popular nos quatro cantos do mundo são impressionantes mas não surpreendentes.
A ausência de surpresa quando falamos dos números relacionados ao futebol se deve ao tempo que a modalidade teve para se estruturar e popularizar por todo o planeta.
Nesta linha, surpreendentes mesmo são os números do poker.
Este verdadeiro esporte mental, reconhecido pela entidade que agrega as modalidades que envolvem árduo exercício intelectual, a International Mind Sports Association - IMSA, também possui representatividade global, por meio da atuação da International Federation of Poker - IFP, da qual, a nossa Confederação Brasileira de Texas Hold´em - CBTH é uma das fundadoras.
E a Federação Internacional, idealizou o primeiro campeonato mundial, que começou hoje em Londres.
É claro que, em se tratando de uma competição internacional, ainda mais considerando que já reúne 12 países logo na primeira edição (apenas uma a menos do que na primeira edição da Copa do Mundo de Futebol, realizada em 1930), somente 20 a menos do que os participantes das últimas edições da Copa do Mundo da FiFA, este primeiro evento já merece muito respeito.
E para uma estréia, em especial por se tratar de poker, não só não é nada ruim como já é histórica!
A competição chega como mais uma prova irrefutável do enorme crescimento do poker ao redor do mundo e especialmente no Brasil, e já podemos dizer que toda nossa comunidade saiu vitoriosa da disputa, independentemente do resultado efetivo da competição.
Neste ponto, vale lembrar a explosão do UFC no Brasil, não só porque temos grandes atletas da modalidade (como também é o caso do poker) mas pela crescente superação do preconceito, que também rondava o esporte de Anderson Silva, Junior Cigano, Vitor Belfort e outros atletas brilhantes.
Para quem não sabe, em março do ano passado, noticiamos a péssima iniciativa do Deputado José Mentor, que pretendia barrar transmissões como a do UFC nos canais abertos brasileiros.
O parlamentar justificou seu deplorável projeto de lei como um meio de se evitar a "banalização da violência" ou "resguardar que crianças, adolescentes, jovens e até mesmo adultos, vejam cenas de violência explícita e voluntária".
Mal sabia ele, ou se sabia fingiu não saber, que o que ele chamava de violência, nada mais é do que um esporte, que preza pela integridade física de seus praticantes e, acima de tudo, como toda prática esportiva tradicional, traz muito mais benefícios aos seus atletas do que os supostos prejuízos.
Comparar artes marciais com violência beira ao absurdo de se alinhar o poker aos chamados jogos de azar.
Por isso, também escrevemos aqui sobre a vitória do esporte, quando ocorreu a disputa entre os brasileiros Anderson Silva e Vitor Belfort, o que rendeu enorme repercussão no país e estimulou ainda mais o crescimento e popularização do UFC em solo nacional.
O final da história todos já sabemos, com a transmissão pela Rede Globo da luta que conferiu mais um título mundial para o Brasil, quando Junior Cigano derrotou, ainda no primeiro assalto, o então campeão dos pesos pesados Cain Velazques.
E assim também foi quando o brasleiro André Akkari, invadiu a grande mídia após seu inesquecível título na maior série de poker do mundo realizada neste ano.
Esta comparação não é exagero, já que as Artes Marciais Mistas (Mixed Martial Arts - MMA em inglês) já foram tão intoleradas e mal compreendidas como o poker e, depois de muito trabalho e informação voltaram ao seu devido lugar, de um esporte, como qualquer outro, respeitado e divulgado, como deveria ser.
Então hoje, com o início do Mundial de Poker, temos muito a celebrar, por se tratar de mais um passo rumo não só à regulamentação do esporte no país mas, especialmente, à mais ampla aceitação social dessa atividade que todos nós, informados a respeito, bem como às entidades sérias como é o caso da International Mind Sports Association - IMSA, da International Federation of Poker - IFP e, é claro, da nossa Confederação Brasileira de Texas Hold´em - CBTH, estamos cansados de saber.
Muita força à nossa seleção que a partir de hoje representará não só o Brasil com também o direito de todos que desejam praticar um esporte lícito, desafiador e maravilhoso como o poker.
Salve a seleção!
*foto enviada pela CBTH no twitter.
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