Ontem o Brasil e boa parte do mundo pararam para acompanhar a 126º Evento do UFC (Ultimate Fighting Championship).
E isso porque o Brasil, como acontece em muitas modalidades esportivas, roubou a cena com a luta principal da noite, e disputa do título mundial, entre o campeão Anderson Silva e o desafiante Vitor Belfort.
O resultado do confronto, até por ser esperado por muitos (o que inclui as bolsas de aposta), é o que menos importa se pensarmos na luta mais dura que envolveu (e ainda envolve) o UFC (assim como o poker) contra o preconceito.
E isso não é exagero já que o UFC, a exemplo do que ocorre com o poker no Brasil, já foi alvo de inúmeras medidas arbitrárias, incluindo-se um projeto de Lei, elaborado pelo deputado José Mentor, a fim de proibir a transmissão desses eventos na TV aberta brasileira.
Seria até bonita a atitude de um parlamentar que resolvesse empreender uma cruzada contra a violência, os maus costumes, abandono de menores, deficiência no ensino (temos quase 70% de analfabetos funcionais), as verdadeiras mazelas da nossa sociedade, mas o que foi proposto é uma afronta AO ESPORTE!
É uma lástima imaginar que muitas atividades legítimas e construtivas podem ser confundidas com banditismo, apologia ao crime ou outras espécies de condutas criminosas quando, na verdade, ao se tratar de esportes, são caminhos muito importantes para a inclusão social e a superação de diversas barreiras.
E isso é exatamente o que ocorre com o artes marciais não olímpicas como o MMA (Mixed Martial Arts) e o próprio poker.
O lado positivo, demonstrado pela repercussão da luta de ontem, é que nossa sociedade já começa a não só aceitar como levar incentivo e audiência para eventos que num passado recente eram encarados sob uma ótica negativa e preconceituosa.
E o primeiro passo para que as leis de determinado país regulamentem e reconheçam atividades legítimas, embora desconhecidas para a maioria da população, é a inserção dessas práticas na sociedade, com cobertura da imprensa, repercussão nos meios de comunicação em geral e, é claro, com a adesão de novos praticantes que fazem da atividade cada vez mais popular.
Falando nisso, fica fácil comparar o UFC com o poker, já que o Brasil nos últimos anos, apresentou enorme aceitação de ambas atividades e o surgimento de atletas de ponta tanto nos tatames e ringues quanto nas mesas de todo o mundo.
Fechar os olhos para essas realidades seria o mesmo que atirar pela janela o potencial incrível que nosso país possui de revelar campeões e se destacar nas mais diversas modalidades esportivas.
E na última madrugada tanto Anderson quanto Vitor fizeram exatamente o contrário ao atrair muitos olhos do nosso país (e do mundo) para o octógono e, a partir de um evento esportivo, fosse possível refletir a respeito dos inúmeros fatores envolvidos para se forjar um campeão e que, mesmo num combate físico, há muita estratégia e preparo.
Fora dizer que o apelo do UFC pode ser comparado ao do poker, já que a organização dos eventos costuma ser impecável além de toda a produção e divulgação envolvidas nesta modalidade.
Vejam o vídeo lançado sobre a chamada "Luta do Século" para comprovar a qualidade da promoção:
Esperamos que o Brasil aprenda com esses exemplos de sucesso e todo o preconceito dirigido às atividades não tão populares seja convertido em interesse e na busca de informações sobre elas, tornando possível que o país se destaque cada vez mais no cenário esportivo mundial.
E o papel principal para essa verdadeira revolução em nossa sociedade é de todos nós, praticantes, aficcionados e organizadores de todo e qualquer evento esportivo, em especial as novas modalidades que já trouxeram grandes resultados para brasileiros em todo o mundo.
Chegou a hora de fazer do "país do futebol" o "país dos ESPORTES" e essa missão cabe a todos nós!
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