Cinco. Cinco letras para André, cinco anos de carreira, cinco horas de heads up e um bracelete que vale por cinco, ou por 25, cinco vezes cinco.
Não há como descrever a alegria legítima que invadiu todos os brasileiros que tiveram o privilégio de conhecer Akkari em algum momento (pessoalmente ou online mesmo) e acompanhá-lo nas mesas, na TV, no twitter e onde mais o brasileiro estivesse.
E na terça-feira, 28 de junho, ele estava onde todos queriam, há muitos anos: numa decisão de um evento de WSOP e o desfecho foi o melhor possível, o segundo bracelete brasileiro, um título de reconhecimento internacional e a consagração de uma carreira mais que vitoriosa e de uma vida dedicada não só ao poker mas a fazer o bem e a fazer bem feito.
Este é André Akkari, um campeão da vida e que por conta de justiça nem sempre comum no poker, também alcançou um título que muitos profissionais renomados, que possuem muito mais tempo de carreira não têm, e talvez nunca terão.
Esta lacuna não faz mais parte da vida profissional de Akkari, jogador cujo talento só não supera sua humildade e seu otimismo além de, é claro, sua absoluta devoção pela família, amigos e, como ele mesmo diz, pelo bom humor.
E por falar em raízes, pode-se dizer que "deu samba" em Las Vegas e que nosso brasuca, "no sapatinho", desviou de 2856 pedras em seu caminho para entrar de uma vez por todas para a história do poker nacional.
E apesar de inúmeros percalços e dificuldades nos mais diversos torneios e eventos, como foi o caso do LAPT de Lima quando André se encontrava em boa situação e voltou ao Brasil, abandonando o torneio, por conta da triste notícia do falecimento de seu pai (que faria aniversário antes de ontem, véspera desta grande conquista do filho).
Ainda assim, naquela oportunidade, o brasileiro chegou à faixa de premiação, e no estouro da bolha foi homenageado quando João Bauer colocou a bandeira do Brasil sobre a cadeira vazia de Akkari.
Histórias emocionantes são comuns na vida de André, um brasileiro emotivo, e que merece tudo o que tem lhe acontecido nos últimos anos, desde aquele abençoado torneio de aniversário de Doyle Brunson, há 5 anos, quando sua carreira decolou.
O primeiro brasileiro patrocinado pelo maior site de poker do mundo, um dos maiores empreendedores e defensores deste esporte no Brasil, comentarista de TV e criador das mais diversas iniciativas como a TvPokerPro, poderia até alimentar a sensação de dever cumprido após esta conquista maiúscula. Mas, quem o conhece, sabe que ainda há muito trabalho pela frente e muitas outras alegrias para todos nós que torcemos por ele, acompanhamos sua carreira e amamos o poker.
Por todas essas razões, por ser ele quem é, este bracelete do evento nº 43 da World Series of Poker de 2022 ficará marcado para todos nós que acompanhamos o poker, defendemos sua legalidade e principalmente que reconhecemos e admiramos a figura de André Akkari como um dos símbolos desta luta e também um exemplo de esportista, de pai de família, enfim, de bom caráter, algo fundamental para que o poker seja visto com bons olhos por toda a sociedade.
E foi exatamente este aspecto que o brilhante Sérgio Prado destacou em seu texto pra lá de emocionante a respeito desta fato histórico protagonizado por Akkari.
No fim, por falar em 5, o título do brasileiro, o segundo bracelete verde e amarelo da história, ofuscou até mesmo os 5 gols que o Corinthians, time de Akkari, marcou no último Domingo contra o São Paulo.
E não é demais imaginar que muitos outros grandes resultados virão, não só de Akkari, mas de todos os brasileiros que viajam pelo mundo, nas estradas do poker cuja a existência se deve muito a André, que abriu e pavimentou esses caminhos para muitos outros jogadores brasileiros.
Por isso, sem medo de errar, podemos dizer, com todas as letras, que o título e o bracelete do evento nº 43, conquistados por Akkari, são sim do Brasil!
Parabéns André Akkari, parabéns poker brasileiro!
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