Planejamento e organização no Esporte

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Esporte.gif Se falar do talento natural dos brasileiros para os mais variados esportes é chover no molhado, não menos óbvia é a constatação de que o esporte nacional, há muito tempo, sofre com o abandono do Estado.

E infelizmente, não é agora que sediaremos a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos que esta realidade irá mudar.

Se esses eventos certamente trarão melhorias à nossa carente infraestrutura não serão eles, sozinhos, aptos a promover uma verdadeira revolução neste cenário e fazer com que os investimentos sérios, contínuos e consistentes sejam feitos no esporte.

O pior é saber que apesar da negligência estatal temos inúmeros atletas talentosos e com reais perspectivas de alcançarem o lugar mais alto dos pódios de eventos reconhecidos internacionalmente.


O Brasil ainda é o país do futebol (e só) quando se fala em interesse do grande público e de investidores deste setor. O que é justificável pelo apelo da modalidade mas também abre margem para projeções, quando imaginamos o que mais poderia ser feito, incluindo nas metas governamentais o apoio e incentivo às demais modalidades existentes.

E ontem tivemos dois exemplos de realidades distintas com o nosso futebol feminino e o vôlei masculino.

Há pouco mais de 20 anos éramos figurantes no vôlei e inexistentes no futebol feminino, que também nunca foi tão popular assim nos outros países do mundo.

A modalidade das meninas inclusive teve sua prática proibida por aqui em 1964 e só foi revogada tal decisão em 1981.

Com a inclusão do futebol feminino como modalidade Olímpica diversos países se aparelharam e constituíram ligas nacionais e regionais a fim de promover a evolução deste esporte e também garantir o surgimento de novos talentos.

Este exemplo não foi seguido no Brasil.

Falando no vôleibol, em especial o masculino, após o histórico ouro em Barcelona 1992, na conquista da chamada "Geração de Ouro", muita coisa mudou.

O esporte se tornou ainda mais popular, incluindo até mesmo o vôlei de praia, e hoje, o Brasil é reconhecida potência mundial neste esporte. Os 9 títulos da Liga Mundial, em 12 finais disputadas que o digam assim como os dois ouros olímpicos (Barcelona 92 e Atenas 2004).

Está claro que as duas modalidades vivem fases distintas no país e, estranhamente, o bom e velho futebol, neste caso, é coadjuvante.

E não deveria ser, apesar do insucesso no jogo de ontem, da falha da goleira e até da falta de experiência de nossas jogadoras. Se as boleiras são inexperientes devemos isso à falta de apoio do Brasil ao esporte e ausência de liga nacional organizada e forte como é o caso do masculino.

Se hoje temos Marta (a melhor do mundo), Cristiane e tantos outros talentos, o que será do futebol feminino do futuro?

Tal preocupação se aplica a tantos outros esportes e é uma pena vermos tamanho potencial perdido já que, reafirmamos, como já disse Walter Feldman, o Brasil tem vocação natural para o esporte.

Mas potencial sem investimento, ou possibilidade de conversão em resultados concretos, é o mesmo que a falta de aptidão.

Incrivelmente a este respeito o poker brasileiro tem muito a ensinar às entidades (governamentais ou não) vinculadas ao desenvolvimento de modalidades esportivas.

Diferente de muitos "esportes clássicos" o poker já atingiu, em pouquíssimo tempo, organização digna de aplausos, em diversos estados brasileiros como também nacionalmente.

Não é a mera existência das Federações ou Confederação Brasileira que representa esta evolução mas os torneios regionais e o Brazilian Series of Poker - BSOP (nosso campeonato brasileiro, apesar do nome em inglês), que não só garantem mais visibilidade ao poker como também proporcionam o surgimento de novos jogadores e talentos que efetivamente podem trazer grandes resultados para o Brasil.

Se antigamente, as expedições para Las Vegas ou outros lugares onde os maiores eventos do circuito internacional de poker se realizam, era coisa de poucos "desbravadores" hoje o número de brasileiros que correm o circuito mundial é incomparável com os primórdios. Não só em quantidade mas em qualidade.

E tudo isso começou porque fizemos (e temos feito) a lição de casa, EM CASA!

Se hoje em dia, apesar do poker ser um fenômeno que não tem nem 10 anos de existência no Brasil, já podemos jogar de igual para igual com os melhores do mundo, o que dizer dos outros esportes já conhecidos e praticados há muito mais tempo em nosso país?

Não escrevemos este artigo para chorar resultado negativo ou crucificar atletas brasileiros. Pelo contário, temos plena convicção de que o que nos falta é investimento, estrutura, organização e planejamento. O material humano e o talento natural temos de sobra.

Agora, que não dá pra entender ou aceitar que tomemos sufoco dos EUA, no futebol, e jogando com 1 a mais, isso não dá!

É bom que este alerta seja ouvido por todos que possuem meios de alterar a realidade esportiva brasileira e os nossos bons resultados, nas mais diversas modalidades, sejam consequências naturais do trabalho sério e não apenas fatos isolados ou golpes de sorte.

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