Non ducor, duco.

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Hoje a cidade de São Paulo completa 457 anos de sua fundação. A 6ª maior cidade do mundo, cuja região metropolitana abriga quase 20 milhões de pessoas (algo em torno de 10% da população do Brasil) é também o maior centro financeiro da América Latina.

E tudo começou com um colégio fundado por 12 jesuítas, dentre os quais estavam os célebres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta, no longínquo ano de 1554.

A escolha do nome para povoação se deu pois o dia 25 de janeiro marca a data em que a Igreja Católica celebra a conversão do apóstolo Paulo de Tarso (São Paulo).

De lá pra cá, vários apelidos foram dados à cidade como "terra da garoa", "Sampa" e "Paulicéia", e é vista por diversas culturas e etnias como um cenário acolhedor mas exigente, "como um pai austero", nas palavras do filho adotivo da megalópole, Rolando Boldrin.



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Pátio do Colégio

Image by Rodrigo_Soldon via Flickr

A cidade recebeu diversas homenagens, em prosa e verso, no decorrer de todos esses anos, na voz de Caetano Veloso com o clássico "Sampa", na música imortal dos Demônios da Garoa, Adoniran Barbosa e na obra de poetas como José Domingos.

E reproduzindo as palavras de Domingos, fica nossa homenagem a São Paulo.

São Paulo fim do dia     

São Paulo fim do dia
Portas que se fecham
Luzes que se acendem
Mãos que se despedem
Olhares que prometem
Coisas que acontecem
Porque tem que acontecer

Gente buscando casa
Gente buscando gente
Gente buscando nada
Vejo cinco continentes
Pisando a mesma calçada

O aglomerado constante
Dessa massa que se agita
Faz ainda mais bonita minha cidade gigante
São Paulo dos doutores
São Paulo dos marginais
São Paulo dos feirantes
dos intelectuais
São Paulo das mariposas
São Paulo do operário
do camelô
do vagabundo
do society
da favela
Misturas que fazem dela
A maior terra do Mundo

São Paulo fim do dia
e a rotina continua
Gente empurrando gente
a cada palmo de rua
Aqui uma cotovelada
Mais adiante é um empurrão
Uma mulher desesperada gritando:
"Pega ladrão!"
É o farol que não abre
É a sinfonia das buzinas
É o jornaleiro que grita:
"Olha a manchete do dia
Sequestraram uma menina!"

Mais adiante uma fechada
Alguém entrou na contra-mão
E sempre que isso acontece
Pode esperar que não passa
A gente assiste de graça
o festival do palavrão
Mas essa é a hora feliz
Do regresso para o lar
Cada um mais apressado
No desejo de chegar à mansão
ao apartamento, à casinha na viela
ao barraco de zinco
pendurado na favela
O pensamento é um só:
"Chegar, chegar"

Os contrastes são berrantes
na multidão dos sozinhos
Quem não viu nao acredita
Chega até ser bonita
a demanda dos caminhos
Enquando um vai de subúrbio
Da central, da cantareira
e faz a viajem inteira
mal podendo respirar,
O outro, carro importado
A bela gata do lado
O ar condicionado
Som, champagne, caviar
Gente que vai de gálata,
de Dart, opala, corcel,
de fusca, pé-de-cabra,
lambreta bicicleta

Cada um vai do jeito que pode
Gente que vai de táxi,
ônibus, lotação
Gente que vai à pé
batendo sola no chão
Não que se tenha vontade
Coisas da necessidade
De que ficou sem nenhum
Nem mesmo pra condução
Mas nada disso importa
O importante é chegar
Quando se tem na chegada
um motivo pra sorrir
Triste é andar por andar
Ver tanta gente passar
E ter que continuar
Sem ter pra onde ir.

Parabéns São Paulo!


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